Título: A MENINA SUBMERSA - LIMITED EDITION: MEMÓRIAS
- UM CASO DE AMOR PARA TODA VIDA
Autor: Caitlín R. Kiernan
Tradução: Ana Resende e Carolina Caires Coelho
Editora: Darkside
Ano: 2015
Número de páginas: 320
Autor: Caitlín R. Kiernan
Tradução: Ana Resende e Carolina Caires Coelho
Editora: Darkside
Ano: 2015
Número de páginas: 320
Sinopse:
"A Menina Submersa:
Memórias"Caitlín R. KiernanObsessões e assombrações à flor da peleUma
“obra-prima do terror e da fantasia dark” da nova geraçãoA Menina Submersa:
Memórias é um verdadeiro conto de fadas, uma história de fantasmas habitada por
sereias e licantropos. Mas antes de tudo uma grande história de amor construída
como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma
crescente doença mental. Um romance repleto de camadas, mitos e mistério,
beleza e horror, em um fluxo de arquétipos que desafiam a primazia do “real”
sobre o “verdadeiro” e resultam em uma das mais poderosas fantasias dark dos
últimos anos. Considerado uma “obra-prima do terror” da nova geração, o romance
é repleto de elementos de realismo mágico e foi indicado a mais de cinco
prêmios de literatura fantástica, e vencedor do importante Bram Stoker Awards
2013. O trabalho cuidadoso de Caitlín R. Kiernan é nos guiar pela mente de sua
personagem India Morgan Phelps, ou Imp, uma menina que tem nos livros os
grandes companheiros na luta contra seu histórico genético esquizofrênico e
paranoico. Filha e neta de mulheres que buscaram o suicídio como única
alternativa, Imp começa a escrever um livro de memórias para tentar reconstruir
seus pensamentos e lutar contra o que seria “a maldição da família Phelps”,
além de buscar suas lembranças sobre a inusitada Eva Canning, sua relação com a
namorada e consigo mesma, que evoca em muitos momentos a atmosfera de filmes
como Azul é a Cor mais Quente (Palma de Ouro em Cannes, 2013) e Almas Gêmeas
(1994), de Peter Jackson. Não se assuste: é um livro dentro de um livro, e a
incoerência uma isca para uma viagem mais profunda, onde a autora se aproxima
de grandes nomes como Edgar Allan Poe e HP Lovecraft, que enxergaram o terror
em um universo simples e trivial – na rua ao lado ou nas plácidas águas escuras
do rio que passa perto de casa –, e sabem que o medo real nos habita. Caitlín
dialoga ainda com o universo insólito de artistas como P.G. Wodehouse, David
Lynch e Tim Burton, e o enigmático personagem Sandman, de Neil Gaiman, com quem
aliás, trabalhou, escrevendo The Dreaming, spin-off derivado da obra-prima de
Gaiman. A Menina Submersa evoca também as obras de Lewis Carrol, Emily
Dickinson e a Ofélia, de Hamlet, clássica peça de Shakespeare, além de
referências diretas a artistas mulheres que deram um fim trágico à sua
existência, como a escritora Virginia Woolf. Com uma narração intrigante, não
linear e uma prosa magnífica, Caitlín vai moldando a sua obsessiva personagem.
Imp é uma narradora não confiável e que testa o leitor durante toda a viagem,
interrompe a si mesma, insere contos que escreveu, pedaços de poesia,
descrições de quadros e referências a artistas reais e imaginários durante a
narrativa. Ao fazer isso, a autora consegue criar algo inteiramente novo dentro
do mundo do horror, da fantasia e do thriller psicológico. A epígrafe do livro,
retirada de uma música da banda Radiohead – “There There” –, diz muito sobre o
que nos espera: “Sempre ha´ um canto de sereia que te seduz para o naufra´gio”.
A Menina Submersa é como esse canto, que nos hipnotiza até que tenhamos virado
a última página, e fica conosco para sempre ao lado de nossas melhores
lembranças.
Se
você, caro leito, está a pensando que por ser da Editora Darkside é um livro de
terror, está muito enganado, se prepare para uma história muito louca...
India
Morgan Phelps é um dos personagens mais complexos que li. A história é narrada por
Índia Morgan Phelps, chamada principalmente de Imp. Ela nos revela, logo no
início da história, que não é uma narradora confiável e no decorrer da história
nos dá indícios disso. Através de suas memórias, Imp nos leva para dentro de
uma mente esquizofrênica e nos mostra como é fácil confundir fatos com
verdades. Sua avó e sua mãe cometeram suicídio, e Imp herdou a doença delas (esquizofrenia).
No estágio da doença em que Imp se encontra, ela começa a datilografar um livro
com suas histórias, suas memórias; em momentos é em primeira pessoa em outros,
em terceira, como se ela falasse de outra pessoa.
Pelas
referências a escritores, pintores e locais, é notável que houve muito estudo e
pesquisa na construção dessa obra, (alguns reais, outros criados pela escritora)
devido a isso, é recomendado ler o livro com um celular ao lado para possíveis
dúvidas e pesquisas de coisas citadas no livro. E apesar de ser uma história
muito bem fundamentada e cheia de referências, é um texto fluido.
Enquanto
eu lia, fui entendendo o porquê de tantas resenhas negativas. Comecei a ler o livro e parei
antes de chegar na metade, porque se continuasse não entenderia nada; mas só voltei
a ler após mais de 1 ano. A menina submersa não é um texto para ser lido às pressas; não é
apenas uma história com começo meio e fim. Ele é narrado em primeira pessoa,
como se a personagem principal estivesse escrevendo um livro, contando a sua
história.
Requer muita atenção, reflexão e precisa que o
leitor embarque nessa loucura para entender o que se passa.
A confusão se dá porque a história é como uma colcha de
retalhos, a personagem conta, do seu jeito, conforme se lembra, assim ficando, às
vezes, sem sentido, mas sempre remete a um passado. Às vezes as lembranças são
dolorosas, e ela decide pular para uma parte menos complicada, faz círculos
antes de contar esses trechos.
Recomendo esse livro para você que está à procura de algo
diferente e reflexivo.
SOBRE O AUTOR
Caitlín R. Kiernan (1964) é autora de livros de ficção
científica e fantasia dark, e paleontóloga. Escre- veu dez romances, dezenas de
histórias em quadrinhos e mais de 200 contos e novelas. Entre seus trabalhos,
destacam-se os romances Silk (1998), Threshold (2001), ambos vencedores do
International Horror Guild Award, e The Red Tree (2009); a série em quadrinhos
The Dreaming, spin-off de Sandman, de Neil Gaiman, com quem também escreveu a
novelização de Beowulf (2007). A Menina Submersa: Memórias conquistou os
Prêmios Bram Stoker e James Tiptree, Jr., este dedicado a obras de ficção
científica ou de fantasia que expandem e exploram a compreensão de gênero.
Segue algumas frases do livro: