A MÃO ESQUERDA DE DEUS
HOFFMAN, Paul. A Mão
Esquerda de Deus. Editora Objetiva/Suma de Letras. 2010. 327 página.
Habitado por
meninos que foram levados para lá muito novos e geralmente contra a sua
vontade, o Santuário dos Redentores é uma mistura de prisão, monastério e campo
de treinamento militar. Lá, esses milhares de garotos são submetidos a uma
sádica preparação para lutar contra hereges que vivem nas redondezas. A
intenção dos Lordes Redentores, os monges que cuidam do lugar, é fortalecer os
internos tanto física quanto emocionalmente, preparando-os para uma monstruosa
guerra entre o bem e o mal. Entre os jovens está Thomas Cale, um garoto de 14
ou 15 anos, que nada se lembra de sua vida antes do Santuário. Treinado
exaustivamente pelo Redentor Bosco, tanto na arte de lutar quanto na capacidade
de planejar batalhas. Essas poderosas habilidades serão colocadas à prova
quando ocorre um brutal assassinato entre os corredores labirínticos da prisão.
Este evento dá início a uma perseguição desesperadora. Finalmente fora dos
muros do monastério, Cale, junto de Henri Embromador e Kleist, seus amigos no
Santuário, conhecerão o mundo fora da prisão do Santuário e terão contato com
sentimentos completamente novos como amizade, compaixão e o amor. Chegando a
cidade de Memphis, o maior império do mundo, rapidamente fazem aliados valiosos
e inimigos terríveis. Com suas horrendas habilidades, Cale e seus amigos se
tornam temidos e respeitados na cidade grande, mas a sombra da ameaça dos
redentores se torna cada vez mais próxima.
“Afinal, de
que servem as portas onde existem pecadores? Portas escondem coisas. Elas
possibilitam vários comportamentos diabólicos, decidiram os redentores…”
“Sou ligado a
você por amarras que nem Deus pode romper. Um dia se sentir uma brisa suave no
rosto, talvez seja meu hálito. E em uma noite se o vento gelado brincar com
seus cabelos, talvez seja minha sombra passando.”
O
primeiro volume da trilogia, faz uma alusão ao Catolicismo como, no lugar de
nosso Jesus crucificado, temos o Redentor Enforcado, que não representa o amor,
mas a lembrança de que os seres humanos não passam de pecadores. O início da
história até a fuga de Thomas Cale do Santuário, conta como é a vida dentro
desse lugar e como são tratados os acólitos, os meninos levados. Após a fuga, Thomas e seus amigos chegam a
Menphis e a partir daí deparam-se com uma outra realidade e comportamentos
jamais vistos. Encontram e ficam amigos de Idrispukke. Não sei como ficará, mas
Cale se apaixona perdidamente por Arbel, pescoço de cisne, que será o ponto
chave para a descoberta de alguns segredos que seu “tutor” Redentos Bosco
esconde de Thomas Cale.
A
história é contata de forma um pouco lenta, mesmo também porque o tempo
transcorrido desse livro para o segundo são de alguns meses. Acho que acontece
muita coisa em pouco tempo, ainda mais se falando em termos psicológicos.
Eu
gostei muito do livro, a leitura é de fácil compreensão e os personagens tem
características bem diferentes, mundos diferentes. Mas Thomas Cale, por ser um
menino, amadurece de certa forma, mas não deixa de ser um adolescente, né? Acho
que até o terceiro livro ele irá me surpreender. Recomendo a leitura...
Paul
Hoffman (1953) é um escritor inglês e roteirista de cinema, autor dos livros A
Mão Esquerda de Deus, As Últimas Quatro Coisas e O Bater de Suas Asas. Ele passou a maior parte da
infância em campos de pouso, vendo seu pai, pioneiro da prática esportiva do
paraquedismo, saltar de aviões. Depois de se formar em inglês no New College,
em Oxford, teve vários empregos, de professor a administrador de uma casa de
apostas e mensageiro de banco. Mais tarde, foi o principal agente de
classificação etária do British Board of Film Classification. Escreveu o
argumento de três filmes, em co-autoria, e trabalhou com, entre outros, Francis
Ford Coppola. É autor de The Wisdom of the Crododiles, que deu origem a um
filme protagonizado por Jude Law e Timothy Spall e de The Golden Age of
Censorship, um comédia negra que foi publicada em 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário